quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A CRIANÇA E A MORTE:



MENINO DE 10 ANOS ATIRA EM PROFESSORA E DEPOIS SE MATA:
Claro que a notícia chocou a todos, claro que a maioria se pergunta o que ocasionou a tragédia.
Muitos culpam a negligência do pai, outros ficam analisando o comportamento  ou o estado psicológico do menino.
Fato é que explicação lógica, ninguém vai encontrar, o menino está morto e com ele a verdade; mas o episódio me levou a pensar com um pouco mais de cuidado sobre alguma questões, que até onde sei ainda não foram levantadas.
Sou uma pessoa acostumada a lidar com muitas crianças durante longos períodos e o que observo em meu convívio com as crianças, é que todas elas independente do nível social e ambiente em que vive tem algumas coisas em comum nesta faixa etária:
A GRANDE MAIORIA:
1º: Nunca viu um cadáver ao vivo, de verdade, apenas em novelas, filmes ou desenhos animados.
2º: Nunca foram a um enterro ou velório, e nunca presenciaram a dor contida nestes lugares.
3º: Nunca receberam de um adulto ou responsável, a explicação contundente, detalhada, específica, sobre a morte.
Esses fatores podem parecer bobagem a primeira vista, mas podemos encontrar muitas pistas do que talvez possa se passar nas cabecinhas infantis.
No primeiro item podemos visualizar a possível idéia de “morte fictícia”.
Em novelas e filmes, os atores que “morrem”; aparecem depois em outras novelas, filmes ou outros programas. Nestas ocasiões, os adultos costumam dizer aos pequenos: “ Eles só morreram de mentirinha”.
Em desenhos animados, os personagens, morrem e logo em seguida reaparecem vivinhos, dando continuidade a história e, por falar em história, as próprias historinhas contadas para as crianças, os personagens sempre retornam a vida.
Toda formação do indivíduo, vem das informações recebidas durante o seu percurso na vida. Uma criança de 10 anos ainda não teve tempo hábil de vida para informações conclusivas, principalmente em relação a morte, que geralmente até esta idade, ainda é muito “reservada” pelos adultos. Além do mais, não adianta insistirmos no lugar comum: “Conversamos sobre isso”. Informação não se resume a conversa, mas a um conjunto, conversa somada a exemplos e constatação.
No caso da morte, falta na maioria dos casos a constatação, visto que a informação visual é deficiente, pois geralmente o que a criança tem, são “mortes fictícias”; a maioria nunca viu um cadáver de verdade.
No segundo item, podemos perceber, que a grande maioria das crianças, nunca presenciaram o que podemos chamar de “conseqüências da morte”. Como a dor causada aos entes queridos, a certeza de que “não tem mais volta”. O sofrimento extremo e a sepultura como fim.

No terceiro item, vemos que em sua grande maioria, os adultos costumam “aliviar”, “dourar a pílula”, ao conversar com as crianças sobre esse momento; costumam dizer: _ “Foi para o céu”... _ “ Está com Deus”... _ “Parou de sofrer”... _ “Foi descansar”..._ “Virou anjo”... As mensagens parecem positivas.
O que aparentemente ameniza apenas o impacto, também ameniza a informação da verdade, o que na prática pode não ajudar na compreensão  infantil.
Não quero ficar conjecturando sobre o fascínio que uma arma exerce, ou a admiração causada pela a imagem de mocinho e bandido, ou tantas outras questões já tão levantadas, nem estender o assunto num âmbito particular como apenas  o caso deste menino,mas tentar olhar para um outro lado quase nunca questionado, que passa sempre desapercebida e por isso mesmo nunca reavaliada por nós adultos responsáveis pela formação de nossas crianças.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

(DES)ORDEM E PROGRESSO! Attilio Imbroisi

 
Toda vez que olho a bandeira,
pode parecer bobeira, mas lhe critico o epíteto.
Atento aos desmandos recentes me sinto meio vendido.
Mas nunca vencido em meus ideais.
Acalentei um dia ser apolítico.
Explícito crítico de uma situação,
em que uma nação é traduzida por uma frase.
Como se descrevêssemos a lua por suas fases.
Belezas vendidas lá fora,
não põe comida na boca dos que não estão nos postais.
Numeradas, gerais, arquibancadas e limbo,
E assim é o carimbo que seleciona o povo.
Ordem e progresso.
Talvez veladamente seja o inverso do autoritarismo visto.
Uma desordenada liberdade, a infâmia imposta a uma gente.
Gente que consente, achando que um pouco desse ópio a fará feliz.
Perderam a mão ou a deram em núpcias ao senhor errado?
Cerrados os olhos, vejo uma recente história de amor profundo.
Contudo, não o amor profano que se nos fornecem aos montes.
Enfim, um amor sem pontes, direto, coração a coração.
Não quero que a vida entre em recesso.
Não quero que minha terra sofra um retrocesso.
Nem quero que a tomem por lugar de excessos.
Quero apenas que entendam que a ordem é progresso.
Expresso o que quero, senão em prosa o faço em verso.
Não meço inconsequências. A consciência que dói é a minha.
Tinha que anunciar a qualquer custo, mas garanto que valeu.
Ah! Se não acharem o rumo, porque não perguntam pra Deus?

CHORAR OU NÃO CHORAR? EIS A QUESTÃO PARA NOSSA ORDEM E PROGRESSO!

 
Não choro, criei um Brasil paralelo em que o governo é DEUS e SUAS leis, aqui cumpro meu papel obedecendo sua constituição, agora busco viver com o que tenho, posso e me convém, conduta ilibada a maior herança que posso deixar...
Eu choro, lastimo e quase chego ao desespero... mais não sei viver pela metade. Não consigo ver os necessitados sem nada fazer... eles são muitos e o número cresce cada dia mais... Não consigo aceitar a alienação do povo do meu país... ninguém vê, ninguém enxerga? Plagiando o poeta, que seja esfarrapada em batalha a bandeira que serviu aos negros de mortalha e agora nos faz cativos de uma corja. Que DEUS nos ajude.