quinta-feira, 26 de maio de 2016

O I SIMPÓSIO SOBRE A REFORMA PSIQUIÁTRICA E SUAS CONFIGURAÇÕES Comunidade em Situação de Risco e/ou Vulnerabilidade Social IFFLuminense Quissamã

O I Simpósio, ocorrido em Maio de 2016, teve seu início, no dia 18 e seu término do dia 19.

 O Instituto Federal Fluminense, no Campus do município de Quissamã, organizou o a primeira edição do Simpósio sobre a luta antimanicomial na perspectiva da implantação e cumprimento das leis 10.216/01 (Lei da Reforma Psiquiátrica) e 13.146/15 (Lei Brasileira da Inclusão) sua importância e desafios.

1-1. CONFRATERNIZAÇÃO COM TODOS OS PARTICIPANTES (18/05)

O Simpósio teve seu início com uma Confraternização entre participantes do colóquio, convidados, alunos do IFF e do CAPS, no Iff Campus Quissamã, com os seus servidores, motoristas, alunos, bolsistas e convidados, juntamente com os servidores do CAPS e, especialmente, os usuários do sistema CAPS; junto ao colóquio promovido pelo Projeto de Extensão "Borboletas são flores que aprenderam a voar". Esta confraternização aconteceu em forma de comemoração ao dia da luta antimanicomial, todos os envolvidos compartilharam de uma pequena festividade, com direito a bolo e refrigerante, além de discursos sobre a satisfação de se ter este dia para comemorar o fim das antigas instituições manicomiais.

Ao término da confraternização deu-se início ao I Colóquio sobre o mesmo tema, ou seja; a luta antimanicomial na perspectiva da implantação e cumprimento das leis 10.216/01 (Lei da Reforma Psiquiátrica) e 13.146/15 (Lei Brasileira da Inclusão) sua importância e desafios.

O Colóquio é um evento destinado principalmente aos alunos da Instituição de ensino IFF Quissamã, Nesse sentido, aborda questões atuais e polêmicas por meio de um enfoque multidisciplinar; além de criar espaços para que novas formas de cooperação sejam estabelecidas entre todos os participantes.  

FOTOS DA CONFRATERNIZAÇÃO DE ABERTURA:

  

 
 
 
 
 
 
 
 
 

.  I COLÓQUIO SOBRE A REFORMA PSIQUIÁTRICA E SUAS CONFIGURAÇÕES

Tópicos:
Reforma psiquiátrica.
Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001
Inserção social, laço social.
Lei Nacional de Inclusão lei 13.146/15

Moderador: Prof. Dr. Alfeu Garcia Junior
Participantes:
Jane Costa (IFFluminense – Campus Quissamã)
“Diferenças e igualdade: O que é normalidade?”
Mara Pereira (CAPS Quissamã)
"Lei da Reforma Psiquiátrica e a luta pela desmanicomialização"
Ruth Coriar (Psicanalista - Rio de Janeiro) 
"A inclusão social e o espelho"
Relator: Claudio Pacheco de Castro – Estudante de Psicologia-(Universidade Estácio de Sá – RJ)

O evento foi vinculado ao projeto de extensão "Borboletas são flores que aprenderam a voar", do campus Quissamã em parceria com o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município.
Aberto a todos os públicos, o evento foi voltado, principalmente, para a comunidade acadêmica de Quissamã, gestores da administração pública e familiares de indivíduos acometidos por quaisquer distúrbios mentais e/ou deficiência intelectual.

Um dos organizadores do colóquio, e o moderador da mesa, o professor de Língua Portuguesa, Alfeu Garcia Júnior, abriu o Colóquio dizendo que o evento é uma oportunidade de “discutir formas de garantir o cumprimento das leis, de modo a dar combate à invisibilidade social que subtrai direitos destes indivíduos, bem como fomentar iniciativas de inclusão em todos os espaços sociais. Por se tratar de um grupo de indivíduos absolutamente vulneráveis, este colóquio buscou promover um debate que estimule a promoção da igualdade e do respeito aos direitos dos cidadãos oligofrênicos”.

Quatro acadêmicos e pesquisadores participaram como palestrantes e colaboradores, o que enriqueceu o debate com diferentes perspectivas e experiências. Além do seu componente de capacitação, o Colóquio desempenha um importante papel no aprimoramento da atuação das organizações que participam do evento. Oferece a oportunidade para que os participantes ampliem o impacto do seu trabalho, ao conhecer grupo de integrantes do CAPS, com os quais dificilmente teriam a oportunidade de interagir.
 Além do seu componente de capacitação, o Colóquio desempenha um importante papel no aprimoramento da atuação social dos defensores de direitos de inclusão e do projeto “Borboletas são flores que aprenderam a voar”, que organizou do evento.
 A primeira edição do Colóquio reuniu jovens alunos e acadêmicos para avaliar coletivamente a eficácia das leis apresentadas; assim, o encontro buscou fortalecer a colaboração entre os diferentes participantes. A metodologia de trabalho escolhida buscou propiciar um espaço para elaboração de estratégias futuras da sociedade civil.

A realização do I Colóquio sobre A Reforma Psiquiátrica e suas configurações no município de Quissamã, só foi possível graças à generosa contribuição do IFF Instituto Federal Fluminense Campus Quissamã e do CAPS Quissamã.

2.  Programa: Uma Análise Crítica do Sistema Brasileiro na aplicação e funcionalidade sobre as leis da Reforma Psiquiátrica e de Inclusão.

O programa de 2016 abriu o Colóquio com a participação dos integrantes do CAPS Quissamã que participam do projeto “Borboletas são flores que aprenderam a voar”, um projeto de extensão desenvolvido pelo professor Dr. Alfeu Garcia Junior (Satu), junto aos alunos do Instituto Federal Fluminense de Quissamã, IFF Campus Quissmã.

Nesta ocasião, os integrantes do CAPS Quissamã apresentaram números musicais e uma peça teatral.

O programa procurou apresentar um panorama geral sobre o funcionamento dos principais mecanismos das leis e, ao mesmo tempo, promover espaços para discutir estratégias concretas de ação conjunta e propostas de reforma. Assim, cada um dos mecanismos analisados (as leis de Reforma Psiquiátrica e de Inclusão) foi estudado a partir de quatro perspectivas: O professor Alfeu Garcia Junior (Satu) se encarregou de apresentar uma visão geral sobre o funcionamento dos mecanismos, atuando como moderador; a palestrante Jane Costa foi convidada a proporcionar uma visão crítica sobre diferenças e igualdades; Mara Pereira (CAPS Quissamã) palestrou sobre a luta pela desmanicomialização; a palestrante Ruth Corrêa de Aguiar discorreu sobre a inclusão vista através do espelho; Claudio Pacheco de Castro, o relator, atuou como debatedor, trazendo observações ao que se vinha apresentando e, por fim, os participantes relataram experiências concretas de utilização destes projetos. Foram três apresentações práticas que ilustraram as dificuldades que encontradas na prática da utilização dos mecanismos nas leis.
Durante o colóquio, os participantes discutiram algumas estratégias para superar estes desafios e formularam propostas concretas de reforma e analisaram o funcionamento dos órgãos competentes a partir de uma perspectiva dos direitos do indivíduo em situação antimanicomial e ou, de inclusão e discutiram as oportunidades que a sociedade civil tem para influenciar o debate.

Os palestrantes apresentaram estudos de caso de suas experiências com os sistemas debatidos para ilustrar suas palestras. Essa metodologia, utilizada durante o Colóquio, tornou as discussões mais horizontais e permitiu uma verdadeira troca de experiências entre os participantes.  A finalidade desta troca de experiências pessoais visou integrar uma estratégia mais ampla que incluísse a mobilização de diversos setores sociais.

Os participantes colaboram ativamente para produzir uma declaração conjunta sobre os seguintes desafios que o Sistema das leis apresentadas enfrentam: 1.Desafios para aumentar a participação e a efetividade da sociedade civil na colaboração da efetividade destas leis.       2. Falta de cooperação do Estado geralmente baseado no falso argumento de incompatibilidade entre competências estaduais e municipais; 3 Obstáculos para a participação da sociedade civil, que inclui falta de recursos financeiros, barreiras físicas, falha na comunicação e de acesso à informação; 4. Interação insuficiente entre e dentro do sistema de implementação e funcionalidade das leis e os Sistemas Regionais; 5. Seletividade e politização no desenvolvimento da prática quanto às leis; 6. Atenção insuficiente por parte dos governos, assim como a relação com outros organismos como os CAPS e APAE,  por exemplo, com a sociedade civil; e 8. Necessidade de garantir uma maior efetividade no cumprimento em suas integralidades destas leis  e de melhorar sua relação com os órgãos responsável. Os palestrantes fizeram recomendações dirigidas  aos governos e às organizações da sociedade civil.

APRESENTAÇÃO DO CAPS NA ABERTURA DO COLÓQUIO:






















3. Dinâmica:
 A palestrante Jane Costa, discorreu a respeito  da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. A Lei indica uma direção para a assistência psiquiátrica e estabelece uma gama de direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais; regulamenta as internações involuntárias, colocando-as sob a supervisão do Ministério Público, órgão do Estado guardião dos direitos indisponíveis de todos os cidadãos brasileiros. Além de apresentar falhas no cumprimento integral desta lei, também fez uma ligação entre a situação de asilos para idosos e o olhar geral da sociedade para com estes vulneráveis, destacando inclusive o desinteresse dos próprios familiares nas questões de seus vulneráveis.  Sobre a lei que trata sobre a inclusão social, trouxe a narrativa de sua experiência sobre o trabalho com libras e todas as dificuldades da implementação na prática, assim como o braille por exemplo, pois o  governo ainda não disponibiliza da capacitação de profissionais junto a área da educação.

Já Mara Pereira, apresentou a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI - Lei 13.146/15), que entrou em vigor no início de 2016. A legislação traz regras e orientações para a promoção dos direitos e liberdades das pessoas com deficiência, porém ainda necessita de regulamentação em alguns artigos.
A nova legislação considera a pessoa com deficiência “aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”. Discorreu sobre o seu trabalho junto ao CAPS Quissamã, destacando que nesta unidade em particular não existe uma diferenciação sobre os transtornos apresentados, todos os transtornados em suas diferentes qualificações são mantidos e tratados juntos, além de apresentar as múltiplas dificuldades em se trabalhar desta forma e a falta de maiores condições proporcionadas pelo governo, apresentou também a dificuldade financeira para a manutenção e continuação do trabalho, que funciona ainda graças aos trabalhos desenvolvidos pelos próprios transtornados, como confecção e venda de artesanatos e o plantio de uma horta; e, ao sistema de voluntariado, para maior participação junto aos transtornados e a doações de matérias de primeira necessidade. Expôs sua experiência junto ao CAPS Quissamã, onde em característica atípicas, funciona uma parceria junto ao hospital municipal, que mantém em disponibilidade quatro leitos apenas para o acolhimento dos transtornados em ocasiões em que são recolhidos nas ruas e, esta parceria proporciona uma resolução em conjunto entre o CAPS e o hospital, a respeito da solução para o paciente em condição de especial.

Ruth Coriar trouxe o tema da inclusão social vista através do espelho, a ideia de inserção social, ou de “integração social”, na medida em que para simbolizar ou atribuir significados às coisas torna-se fundamental a comunicação, a relação com outros e o consenso sobre o sentido do mundo social.  Discursou sobre como a ideia de identidade nos é de extrema valia, pois sabemos que a imagem que construímos de nós mesmos constitui-se também através do outro, ou seja, o discurso sobe nosso próprio reflexo no espelho imaginário, nos perpassa e traz não apenas a verdade acerca de nós, acarretando de certa forma a identificação e apropriação dessa verdade, como também reflete diretamente sobre a imaginação do outro, servindo como construção de identidade aos pertencentes a nossa volta. A inserção social então é correlatada à inserção simbólica do sujeito no campo do Outro, através de seu reflexo no espelho do “todo”.
Mostrou que precisamos repensar a nossa “cultura” sobre inclusões, precisamos nos colocar como integrantes de um todo, onde somos nós o espelho, somos o reflexo de outros e somos reflexos para os outros. Precisamos nos incluir na responsabilidade social, precisamos buscar em nós, como espelho e no espelho, onde precisamos melhorar a relação com o que nos é diferente. Qual a nossa parcela no trabalho de sistemas anitmanicomias ou de inclusões.


MESA DE DEBATEDORES DO COLÓQUIO:





















 
 


4. Debate:

A característica mais importante do debate transcorreu sobre o foco do deslocamento progressivo do centro de gravidade da discussão, que vem deixando de ser uma defesa dos mecanismos de proteção jurídica a pessoas com déficit ou perturbação (trabalho protegido, pensão protegida), para se constituir numa discussão sobre mecanismos de responsabilização social e ampliação de sua autonomia. Em outras palavras, o debate ultrapassou os limites da argumentação médica e caminhou progressivamente para o debate político acerca da inserção no campo da cidadania.
As novas formas de organização das equipes, a transformação dos papéis destinados aos técnicos, o trabalho interdisciplinar e intersetorial, a articulação entre os aspectos clínicos e políticos da atenção psicossocial, o entrelaçamento entre estratégias de cuidado e estratégias de responsabilização ou interpelação do sujeito, todos esses foram temas cruciais para a conscientização para formação de cidadãos capazes de levar adiante o processo de transformação defendido pelo ideário deste conceito.

Mostrou que num país como o Brasil, de dimensões continentais e enorme diversidade cultural, não é possível construir um modelo assistencial que sirva igualmente para as grandes capitais e as pequenas cidades do interior, para grandes concentrações populacionais e regiões de população escassa. As noções de rede e território, por exemplo, que são centrais às proposições deste conceito, não podem ser pensadas de forma idêntica em contextos socioculturais tão diferentes como os pequenos municípios do interior e os imensos bairros do Rio de Janeiro, por exemplo, e, que boa parte dos choques que vemos hoje em dia são decorrentes do confronto entre os polos opostos dessa disputa insensata, em que as minorias são obrigadas a resistir e lutar bravamente pelos seus espaços e direitos e os opressores se impõem cada vez mais, sempre com novas armas, instrumentos e ferramentas  da operacionalidade das sociedades do capital,que  baseiam-se nitidamente num pensamento reducionista e padronizador, o que provoca uma tentativa constante de silenciar algumas coletividades humanas que se afastam do paradigma hegemônico delineado, buscando reduzir as diversidades a um padrão único e narcisista.  É uma verdadeira máquina de coisificar pessoas, as suas engrenagens trabalham dia e noite, com o propósito de transformar a natureza em produto, a comunidade em mercado e o outro em si mesmo. Um rito devorador, que carrega em seu jugo uma imensa trama de paradoxos e contradições.

O debate também contou com o testemunho da experiência vivida por uma das palestrantes, Ruth Coriar, dentro de seu próprio núcleo familiar, a respeito dos horrores a que eram submetidos os antigos internos do extinto sistema manicomial que existiu no país. Este testemunho visou à conscientização da real importância e objetividade de nossa conquista com a implementação da lei antimanicomial de nº 10.216.

A participação da plateia no debate, também foi de extrema relevância, pois trouxe testemunhos favoráveis ao trabalho que vem sendo desenvolvido com os integrantes do CAPS Quissamã, junto ao IFF Campus Quissamã sob a direção de Aline Estaneck, através do projeto de integração, “Borboletas são flores que aprenderam a voar”, de iniciativa do moderador do Colóquio, professor Alfeu Garcia Junior.
 Nestes testemunhos destacaram-se não apenas os testemunhos de benefícios que trouxeram aos integrantes do CAPS, como os benefícios trazidos aos alunos do IFF Campus Quissamã envolvidos no projeto Borboletas são flores que aprenderam a voar. Ambos, tanto os integrantes do CAPS Quissamã, quantos os alunos do IFF Campus Quissamã, obtiveram saldos positivos em experiências engrandecedoras como em qualidade emocional e moral.

A PLATÉIA INTERAGINDO NO DEBATE:
















5. Considerações finais:
Não por acaso o Colóquio teve sua apresentação marcada para a data  em que se comemora o dia da luta antimanicomial. A Luta antimanicomial é um movimento social de usuários, familiares e trabalhadores de Saúde Mental, onde se defende que a atenção e cuidado para com os indivíduos com sofrimento psíquico seja realizado em liberdade, a partir do convívio com a família, amigos e comunidade, por meio de serviços públicos que garantam uma atenção humanizada e pautada nos Direitos Humanos.

3 Avaliação do Colóquio: Foram feitas avaliações com os participantes do Colóquio, durante e após o evento, essas avaliações demonstraram que o Colóquio se tornou um reconhecido espaço de treinamento e de trabalho em rede de organizações especialmente em áreas de pesquisa e projetos de extensão. Não obstante, almejava uma avaliação mais profunda neste modelo de trabalho e de seu impacto por parte dos beneficiários de diferentes edições do Colóquio, e levado em consideração os resultados para dar início à implementação da prática sistêmica, assim como a proposta de mudanças e melhorias no seu formato e conteúdo.

 Levando em consideração estas avaliações, o Colóquio reuniu participantes de diferentes atividades e posições, que assim tiveram a oportunidade de se conhecerem e de criarem vínculos para futuras atividades conjuntas e, por outro, de compartilharem suas sugestões a respeito do conteúdo e do formato de futuras edições do Colóquio.

Cinco objetivos do Colóquio: Objetivo 1: O Colóquio oferece um espaço para o intercâmbio de experiências e de conhecimentos práticos.  Objetivo 2: O Colóquio proporciona um espaço para compartilhamento de informações sobre os últimos avanços em direitos humanos de modo geral.  Objetivo 3: O Colóquio oferece oportunidades para se adquirir, desenvolver e aprimorar habilidades profissionais e de pesquisa. Objetivo 4: O Colóquio proporciona informação sobre como navegar pelos sistemas constituídos  para avançar a proteção dos direitos e deveres de cidadania.  Objetivo 5: O Colóquio cria bases para futuras colaborações e alianças.


O Colóquio destaca a importância dos espaços de confraternização durante o seu desenvolvimento e o reconhecimento do trabalho para se criar estes espaços de integração. À luz dos resultados da avaliação, ficou claro que o maior desafio é desenvolver uma ferramenta que permita medir o impacto do Colóquio no fortalecimento de uma nova geração de ativistas de direitos humanos que valorizem a colaboração e que vejam de forma diferente e mais humanizadas as relações intrapessoais e sociais.


PROJETO INTEGRADOR “Autoliderança”
Participantes:
Prof. Orpheu de Souza Ayres IFFluminense – Campus Quissamã)
Apresentador e Coordenador do Projeto de PNL (Programação Neurolinguística)
Convidado – Claudio Pacheco de Castro – Estudante de Psicologia- (Universidade Estácio de Sá-RJ)
Convidada - Ruth Coriar (Psicanalista - Rio de Janeiro) 


Com base nas premissas da Programação Neurolinguística, realizado no Instituto Federal Fluminense, campus Quissamã, sob a orientação do Prof. Orpheu de Souza Ayres, Coordenador de Extensão, aconteceu junto aos alunos desta instituição e convidados. A PNL oferece um modelo que ajuda a entender melhor como o ser humano pensa, age e se comunica, para que cada um seja capaz de identificar e aproveitar suas capacidades para alcançar os resultados que deseja.
A PNL atua estimulando o cérebro a obter uma sequência eficaz que abrange a organização do pensamento, a capacidade de compreensão da leitura com a retenção do conteúdo e a produção da escrita organizada, através de técnicas específicas, favorecendo o indivíduo a obter êxito em seu aprendizado. Trata-se de um conjunto de métodos assertivos e terapêuticos que vão de encontro às raízes desde os nossos problemas comportamentais a alguns distúrbios ou transtornos, como a depressão por exemplo. A PNL é uma das ferramentas voltadas para o autodesenvolvimento que podem auxiliar no processo de cura e superação de alguns distúrbios. O prof. Orpheu não só apresenta como ensina a utilizar as técnicas da PNL, como proposta para a utilização da mesma como terapia auxiliar em alguns distúrbios, mostrando de maneira clara, como funciona nossa mente e como podemos recondicioná-la para obter bons resultados em nossa maneira de nos relacionar conosco e com o meio social a que estamos inclusos.
Todos os que procuram ajuda para curar algum distúrbio, estão cientes de que a terapia cognitiva é geralmente aceita como sendo uma abordagem muito eficaz na cura. Excelentes estudos têm mostrado que sua eficácia supera a dormência dada pela inércia vivencial e pelos antidepressivos.
Muitos psicólogos clínicos (e estudantes) têm sido muito inflexíveis, insistindo que não é o seu trabalho investigar todos os tipos de tratamentos alternativos, nomeadamente as terapias cognitivas, debruçando-se apenas nos tratamentos que fazem parte das suas preferências e que lhes tragam mais valias. A PNL e os resultados, de cura, podem ser definitivos se o paciente estiver disposto a fazer uma reprogramação neurológica e estiver acessível a essa mudança. Este processo debruça-se também na questão de como se pode ser uma pessoa positiva? Como libertar a negatividade? E assim libertar um sistema viciado de crenças negativas que levam a pessoa a algum distúrbio.
3-1. Através do Projeto Integrador (PI), delineou-se que a maior eficácia que a Programação Neurolinguística poderá exercer, será se a própria pessoa que sofre de algum distúrbio, decidir fazer uma formação sobre programação Neurolinguística e ele próprio entender o funcionamento da forma como vê o mundo e quais as suas crenças limitadores que o levam a permanecer em estados produzidos por seu distúrbio.
Ansiedade, estresse, problemas de concentração e memória, são alguns distúrbio que podem ser ajudados com a PNL, para melhorar o desempenho e o foco, a técnica é uma forma de obter atenção concentrada.

3-2. E com o Projeto Integrador, fecharam-se as atividades do primeiro dia do Simpósio.

PROFESSOR ORPHEU AYRES:


4. PROJETO DE INCLUSÃO: BORBOLETAS SÃO FLORES QUE APRENDERAM A VOAR (19/05)
Participantes:
Ruth Coriar (Psicanalista - Rio de Janeiro) 
"A inclusão social e o espelho"

O segundo e último dia do Simpósio ocorrido em 19 de Maio de 2016, foi dedicado exclusivamente ao desenvolvimento do Projeto “Borboletas são flores que aprenderam a voar”. Projeto desenvolvido em parceria com IFF- campus Quissamã e CAPS, com o objetivo de implementar a educação inclusiva.
4-1. Todas as tarefas realizadas neste projeto são coroadas de êxito graças ao empenho e carinho dos alunos monitores, junto a participação dos cuidadores do CAPS comprometidos com o projeto, assim como o desempenho do Prof. Alfeu Garcia Junior e a diretora Aline Estaneck, estes fazem a pedagogia da inclusão.
4-2. O trabalho de apresentação do Projeto foi dividido em três partes distintas. 1. Recepção dos integrantes do CAPS, acompanhado de um café da manhã. 2. Atividades dentro de sala de aula. 3. Atividade ao ar livre.
4-3. Já durante o café da manhã, acontece a interatividade dos alunos monitores e os cuidadores do CAPS, onde são trocadas informações sobre o desenvolvimento dos integrantes do CAPS em respostas aos trabalhos praticados no projeto. Durante este momento também, é que acontece a interação individual entre os alunos e os integrantes do CAPS, eles não só se cumprimentam, mas tomam conhecimento do dia a dia um do outro.
4-4. O trabalho dentro de sala de aula, contou com a participação de Ruth Coriar, trazendo aos integrantes do CAPS, uma versão da história de Branca de Neve, onde o objetivo principal era focar na amizade entre Branca de Neve e os sete anões, nesta oportunidade foi verificado a capacidade do entendimento sobre a contagem e os números, como resultado positivo 90% dos integrantes demonstração interesse e participação assim como a capacidade de compreensão da proposta. Também foi objetivado na narrativa da história, o autoconhecimento e autoestima, sendo a história trabalhada no contexto do espelho como objeto de reconhecimento e autovalorização, por revelar não apenas  “existir ninguém mais bonito do quem se observa”. Os integrantes mostraram-se curiosos e satisfeitos em participar da proposta de se olharem através de um “espelho mágico”, onde cada um é lindo dentro da sua exclusividade. Foram trabalhados neste módulo, a percepção de si mesmo, a identificação de valores como amizade, beleza e aceitação.
O módulo também contou com apresentação de músicas, dos integrantes do CAPS, nesta ocasião duas integrantes apresentaram número musical individual, além da participação de todos em algumas músicas sugeridas pelos integrantes do projeto.
Para fechar o módulo, foi apresentada por Ruth Coriar, mais uma versão de história, desta feita foi a vez da apresentação da história do patinho feio, objetivando reforçar o trabalho de autoestima e o reconhecimento do amor, uma das representações do Cisne, elemento ao qual se tornou o patinho feio; com a objetividade da compreensão não só das diferenças normais a todos, como valores de julgamento e valores das emoções como tristeza e amor.

PROJETO "BORBOLETAS SÃO FLORES QUE APRENDERAM A VOAR" EM SALA DE AULA































4-5.  As atividades ao ar livre trabalharam coordenação motora, cognitivas e sócio afetivas.
Neste módulo, foi proposto trabalhos de respiração, alongamento e relaxamento, assim como fazer um “trenzinho” formado pelos integrantes do CAPS e passearem cantando nesta formação. Nesta oportunidade, também verificou-se o interesse pelas atividades propostas, a dedicação e concentração na execução das tarefas apresentadas, assim como a inter relacionalidade entre os integrantes. Todos além de participativos e dispostos demonstraram respeito e zelo um para com o outro.
Neste módulo, ficou mais fácil observar também a maneira como as diferenças desaparecem quando existe uma proposta sincera de interesse e dedicação, a constatação tornou-se evidente diante do relacionamento entrosado dos participantes do CAPS entre eles mesmo, apesar das gritantes diferenças de transtornos mentais entre si, como no lidar dos integrantes do CAPS com os envolvidos no projeto, alunos monitores, professor, e até mesmo com o motorista que os conduz ao campus, passando pelos funcionários responsáveis pelo lanche.
O que se destaca também é o verdadeiro interesse e dedicação com que os alunos monitores envolvidos neste projeto, lida com a causa destes vulneráveis.
Os integrantes do CAPS se mostraram bastante interessados, participativos e satisfeitos, levando-nos a compreensão exata do quão importante e significativo é a implementação deste projeto em suas vidas.

ATIVIDADES AO AR LIVRE:





























Por todas essas considerações, faz-se imprescindível congratular o IFF Campus Quissamã, pela brilhante iniciativa de abrir seu espaço para o desenvolvimento do projeto de extensão “Borboletas são flores que aprenderam a voar”; uma proposta ousada em que se fundem uma instituição de ensino e uma instituição voltada para atendimento de transtornados, onde o desafio maior é o convívio com os participantes em condições completamente diferenciadas, pois de um lado temos pacientes com transtornos em toda a sua multiplicidade e, de outro, alunos ainda adolescentes; convivendo harmoniosamente, dividindo experiências, aprendizado e principalmente multiplicando qualidade de vida. E que este empreendimento possa servir como exemplo para que mais iniciativas com este padrão de ousadia venham surgir em outros campi.

ORGANIZADOR E MODERADOR DO EVENTO PROF. DR. ALFEU GARCIA JUNIOR, PALESTRANTE RUTH CORIAR E RELATOR DO EVENTO CLAUDIO PACHECO DE CASTRO: