A imagem reflete bem através das exibições dos
modelos estruturados, que há possibilidades de construções do belo e do
confortável sobre o esqueleto arquitetônico, quando é lógico se assume sem
trégua a intenção de potencializar mudanças...
Porque não nos preocupamos com as mazelas alheias a
nossa volta? Porque fingimos não ver, ou focamos nossas preocupações em
assuntos mais "eventuais"?
Será que se olharmos para dentro de nós, em secreto e
com absoluta sinceridade, poderíamos afirmar com certeza, que não encontraríamos
lá, bem dentro de nós, um certo prazer oculto perverso e até libidinoso, ao nos
ver "por cima" destas mazelas alheias?
Não encontraríamos, um certo "orgulho de
superioridade"?
Um dos grandes
atrativos da áspera vida nas cidades é a fauna, o conjunto de júbilos, gozos e
misérias humanas.
Como a imagem
de um ser em sofrimento pode recriar um espaço imaginário a partir do olho de
quem vê.
Vamos deitar
os olhos nessa figura humana sempre associada a um sabor de derrota, de
fracasso. Essa imagem de um homem vencido pela estranheza dos
códigos urbanos, dos códigos sociais, ligado a inaptidão de se adequar a
costumes que até mesmo nós (não mendigos) questionamos sua validade,
seu sentido.
Vamos descobrir
a figura do mendigo como um ser sentimental, racional, emocional, embutido na
invisibilidade por nós produzida, essa invisibilidade deplorável de não
enxergar os seres que nos cercam exceto pelo que mostram, ostentam, induzem,
pelo que vestem, dirigem, pelo lugar onde moram, pela poupuda conta bancária.
Sim, o mendigo possui ideal estético capaz de sensibilizá-lo com
a forma da
conformidade a fins de objeto. O mendigo a vê, e
a ela é atraído, sem rodeios, sem protocolos de uma vida urbana débil, cheia de
pífias ideias de ordem, que nada mais faz do que tolher brutalmente a
sensibilidade de qualquer persona poética
(ou artística). Sem cair no
perigoso apelo de transformá-lo num herói virtuoso.
A natureza não duvida de si mesma, não sofre das
inseguranças e das terríveis desesperanças que o ser humano pode carregar, por
isso ela sob o constante efeito dessa inabalável força sempre faz emergir as
radiantes primaveras...
Quando encontramos algo quebrado, esta condição do
objeto representa a realidade tal como está. Semelhante a quando se quebra um
aspecto da realidade de uma pessoa... Mas que só permanece aprisionada na
condição comprometida se nenhuma atitude de reformulação for despertada.
O potencial de modificação se encontra resistente e
potente no interior da realidade degradada, como uma semente residente numa
fruta passada. Esta semente salta ao futuro se a pessoa se responsabilizar em
submeter a realidade deficitária ao movimento de restauração...
a ciência vem mostrando que aquele que se depara e se
enraíza na visão depreciada de sua realidade sem qualquer crença de
continuidade possível irá se configurar no rol dos deprimidos e que o cérebro
irá demonstrar isso. E, afirma “Porque a vida é dura e, mesmo assim, seguimos
em frente. Temos que acreditar nos nossos talentos, nas nossas capacidades para
ultrapassar todos os obstáculos que irão surgir inevitavelmente.”.
Acidentes de percurso amassam nossos sonhos, ou nossas
relações afetivas, ou mesmo nossa saúde. Olhar para estas condições é olhar o
Ato Aristotélico de constatar uma realidade comprometida. Será a abertura para
a percepção de que pode ter-se uma nova realidade construída a partir da atual
é que fará despertar a força em uso... A partir dessa alavanca de percepção e
decisão que tudo na vida humana pode ser transformado.
Quantas vezes podemos perceber pessoas que se tornam
um pouco atordoadas para fugirem de um aspecto da realidade que não aceitam e
que por isso se esmagaram na pedra pela falta de potência em se perspectivar
com transformação para o futuro.
Quantos pensam que o poder os exclui das perdas, das dores
e dos fracassos afetivos. Quantos se tornam displicentes com o que fazem se
calcando numa ilusão de imunidade permanente...
Quantos se destroem pela displicência em tomar conta e
preservar a lucidez quanto à efemeridade das realidades...
Quantas vezes uma pessoa se sente distanciada das
visões de continuidade...
Quantas vezes uma pessoa na vida acha que a saída
inexiste...
Existe a possibilidade de que no esvaziamento de uma
fase, a pessoa começa a percorrer caminhos e descaminhos até recuperar a
percepção do que era essencial a ela e com isso resgatar a possibilidade de
desenvolver com calma a capacidade de se sustentar nas escolhas realizadas.
Há sempre uma semente de recomeço em cada realidade.
A vida em ruína é como um apartamento que você visita
para comprar... Há que se olhar o potencial do possível.
Qualquer acordo com as mudanças se realiza através de
um pacto que se estabelece consigo... O pacto do bom futuro...basta ser
apresentado este pacto.
O pacto de criar os conteúdos do futuro através do
Tornar a Ser...
Existem “ex-mendigos” sim, pessoas que de algum modo
estabeleceram um pacto de se reconstruir para os Belos Dias.
Se foi dada uma oportunidade, um ex-mendigo , pode com
certeza a pegar e se apropriar desse modo do contato com a potência do seu eu...
Existem sim, ex-mendigos, que Saíram da miséria das mentes que são
destituídas das riquezas fundamentais. Ao invés de ser pedinte se tornou
fornecedor da imagem dos bons possíveis.Que se resgatou, se reergueu e “voltou
ao mundo”, dizendo a mim e a todos que desejam ouvir que existe sim uma
Existência sempre em nós a espera de ser realizada...
QUANDO O ÚNICO TERRITÓRIO SE TORNA AS CALÇADAS
De um lado, temos em nossa sociedade, pessoas fortemente
delimitadas territorialmente: rodeadas por seus próximos, apresentadas em seus
lugares familiares e nitidamente assimiladas a uma classe social, um
estabelecimento ou um grupo. Por outro lado, indivíduos à margem do território,
sem pontos de referência nem lugar de ancoragem, sem horizonte: excluídos do
coletivo, sozinhos diante de sua dor, com o duro anonimato dos lugares de
assistência como único consolo. Na visão humanista, a energia e a vida irrigam
as imagens; na humanitária, a morte, a impotência e a resignação sugam a
substância delas.”
É questão de posicionamento político também.
Se as problemáticas continuam, persiste a extrema necessidade
de observar as condições sociais, econômicas, culturais e institucionais, e mostrá-las. O mundo continua precisando ver
para entender.
Então, se você já viu essas imagens antes e continua a ver é
porque o problema ainda está lá fora (lá fora? Será?). De todo modo, é
importante também ver iniciativas que tentam outra forma de abordar os
problemas.
O que vamos fazer?
A severa má nutrição leva a morte, o crescimento deteriora o
próprio corpo, o obriga a decompor a si mesmo em busca de comida, não podemos
imaginar o porque foram abandonados a morrer de fome, jogados sem esperança
sobre a Terra.
Não precisamos apenas olhar horrorizados, enquanto muitas
crianças estão ocupadas com seus brinquedos e mimos, muitos morrem famintos,
esta ao nosso alcance caminhar nesta direção, e fazer alguma coisa, mesmo que
escala pequena, simples, já um passo.
A maioria das religiões organizadas, assim como sistemas
políticos, tristemente desperdiçam muito
de seu tempo energia defendendo assuntos religiosos ou “públicos”, mas quando
um se ajoelha diante de uma criatura pequena e frágil?
Esses tipos de práticas vazias se dissolvem em um mar de insignificância, (religião e
política sem ação é só uma casca vazia).
O conforto nos cega da necessidade e dor alheia. Nos faz
ficar indiferentes e inconscientemente , não querer ver.
As religiões e políticas se tornam meros RITOS, quando se
tornam passivos, quando apenas assistem mas não AGEM.
Amor é tudo que importa! O amor nos impele para frente, o
alcançar efeitos e resultados de fato significativos. “Ainda que eu tivesse a
fé de remover montanhas, sem amor isso não seria nada; minha fé extraordinária
seria NADA!”
Há mais força do que se pode imaginar, quando existe AMOR E
VONTADE.
Surgem heróis que não estão na mídia, com uma força
assombrosa dentro de si, capaz de saber o que e como fazer, e como isso é assombroso.
Bom eu creio que este seja um desafio de transmitir esperança
e muitos estão morrendo por falta de esperança, porque as pessoas estão “simplesmente”
cansadas deles, quanto mais esperança transmitirmos a estes, mais tratarão de
lutar contra a morte, porque saberão que irão conseguir.
Até mesmo nós, por vezes nos sentimos sem esperança, porque
vemos as necessidades sem termos os recursos para fazer o que necessitamos fazer, mas ainda assim, temos que dar-lhes
esperança. Temos visto muitas situações tristes e trágicas, imóveis,
impassíveis e impotentes, mas poderia ser um dos nossos, e devemos nos colocar no lugar e
assim encontrar direcionamento para continuar.
Enquanto o mundo for egoísta não querendo ver e muitos
acumulando riquezas materiais, existirá sofrimentos.
Acredito que todos nós passamos por problemas, mas o conforto
que temos nos cega para ver a dor do próximo.
Creio que ao invés de igrejas e plenários estarem cheias
de pessoas vazias, poderiam estar vazias de pessoas e "estas" estarem
em missões voluntárias para salvar estas vidas que perecem de fome carnal e
espiritual.
Vamos mudar nosso conceito de fé e de cidadania?
Que Deus abençoe aquelas pessoas que foram enviadas para ajudar o próximo e
capacite-as para cuidar com muito amor destas vidas.
EXISTEM MISERÁVEIS ALÉM DAS CALÇADAS
A MISÉRIA NÃO ACABA
PORQUE DÁ LUCRO!
Exatamente! Dá lucro aos Governantes e aos políticos em
geral! Por isso, não se investe em Educação, Saúde e Cultura apesar de todos
falarem somente disso na televisão!
Não há dúvidas, em
quanto houver miseráveis, haverá lucro, e lucro gera desvios de verbas, logo
gera e mantém corruptos.
A seca no nordeste por exemplo. Eles decretam estado de emergência,
recebem e roubam o dinheiro com o qual deveriam ajudar o povo.
Verdade nua e
crua...e ainda alimenta mentes vazias a fazer falsas caridades....daquelas que
tira foto pra propaganda....chazinhos da tarde em prol da caridade....
O novo sujeito do século do
progresso pretende-se onipotente como se desconhecesse limites para o prazer e
o desejo. Para ele não há leis nem obstáculos, mas há um preço a pagar no novo
mundo. O mal do século não é mais a depressão, mas a perversão.
É
inevitável que o pessimismo e a frustração não sejam respostas aos desafios
incessantes do progresso, às necessidades permanentes do mercado, à competição
profissional e social desenfreadas. A sensação de incapacidade, incompetência
para estar sempre em dia, e a percepção da impotência em consegui-lo, tornam-se
a cada dia mais insuportáveis. Em função disso, paralisados, muitos são
incapazes de reagir.
CRESCE O NÚMERO DE BRASILEIROS EM SITUAÇÃO DE POBREZA ETREMA
O número de brasileiros em situação de miséria subiu 3,6% entre
2012 e 2013, segundo dados do Ipeadata.
Em 2014,
10,4 milhões de pessoas no país tinham uma renda inferior per capita inferior à
linha extrema de pobreza. Em 2012, 10,0 milhões
estavam nesta condição.
Para
calcular a condição de miséria, o Ipea estima o preço de uma cesta de alimentos
que contenha o mínimo de calorias necessárias para suprir uma pessoa, seguindo
as recomendações da Organização Mundial da Saúde e da Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). As estimativas são
diferentes para cada um das 24 regiões do país.
Com
esses dados em mãos, o instituto calcula, então, o número de pessoas que não
tem uma renda suficiente para adquirir esta cesta de alimentos de acordo com
respostas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE).
Relatório da Cepal mostra que, apesar
de o índice de pobreza no País continuar caindo, o número de miseráveis
aumentou entre 2012 e 2013
Dados da Comissão Econômica para a
América Latina e o Caribe (Cepal) divulgados nesta segunda-feira, 26, mostram
uma elevação de 5,4% para 5,9% na quantidade de brasileiros que vivem em
situação de extrema pobreza entre 2012 e 2013. Esse índice estava em 10,7% em
2005, segundo os critérios da Cepal.
"A recuperação da crise financeira
internacional não parece ter sido aproveitada suficientemente para o
fortalecimento de políticas de proteção social que diminuam a vulnerabilidade
frente aos ciclos econômicos", afirmam os especialistas da Cepal no
relatório "Panorama Social da América Latina 2014".
A piora do quadro da extrema pobreza no
Brasil se opõe às manifestações públicas da presidente Dilma Rousseff ao longo
da campanha do ano passado. Além de negar uma deterioração dos indicadores
devido aos sucessivos anos de crescimento econômico fraco e de inflação
rondando os 6% ao ano, o governo também atravessou o ano de 2014 com embates
políticos internos.
Veja a íntegra da nota do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome:
O relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovado hoje (10/09) parte de premissas erradas para chegar a conclusões equivocadas sobre o Programa Bolsa Família e outras políticas desenvolvidas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O texto revela ignorância dos técnicos sobre os critérios internacionais de mensuração de pobreza, desconhecimento da legislação e até mesmo erros de cronologia que induziram os Ministros a equívoco.
O documento produzido pelo TCU desconsiderou as respostas e esclarecimentos técnicos prestados pelo MDS.
O texto conclui que os dados de extrema pobreza podem estar distorcidos em virtude da não atualização da linha de extrema pobreza desde 2009. A linha somente foi instituída por decreto presidencial nº 7.492, em 2 de junho de 2011. Não há, portanto, como se falar em correção desde 2009.
O valor de R$ 70 equivalia em junho de 2011 a US$ 1,25 por dia e foi atualizado para R$ 77, por intermédio do Decreto nº 8.232, em 2014, o que é compatível com o parâmetro internacional para classificar a extrema pobreza (paridade do poder de compra).
Com base nesse mesmo parâmetro, instituições nacionais e internacionais acompanham a trajetória da redução da extrema pobreza nos diversos países, confirmando os resultados divulgados pelo governo brasileiro.
Lista de unidades federativas do Brasil por incidência da pobreza
Posição
|
UF
|
Extrema
|
País
comparável
|
1
|
|
1,7%
|
|
2
|
|
1,9%
|
|
3
|
|
2,7%
|
|
4
|
|
2,9%
|
|
5
|
|
3,0%
|
|
6
|
|
3,7%
|
|
7
|
|
3,9%
|
|
8
|
|
4,3%
|
|
9
|
|
4,7%
|
|
10
|
|
5,0%
|
|
11
|
|
5,9%
|
|
12
|
|
7,9%
|
|
13
|
|
11,9%
|
|
14
|
|
12,8%
|
|
15
|
|
13,0%
|
|
16
|
|
15,3%
|
|
17
|
|
16,1%
|
|
18
|
|
16,3%
|
|
19
|
|
17,7%
|
|
20
|
|
17,9%
|
|
21
|
|
18,4%
|
|
22
|
|
18,9%
|
|
23
|
|
19,2%
|
|
24
|
|
19,3%
|
|
25
|
|
20,5%
|
|
26
|
|
21,6%
|
|
27
|
|
26,3%
|
|