O I Simpósio, ocorrido em Maio de 2016, teve seu
início, no dia 18 e seu término do dia 19.
O Instituto
Federal Fluminense, no Campus do município de Quissamã, organizou o a primeira
edição do Simpósio sobre a luta antimanicomial na perspectiva da implantação e
cumprimento das leis 10.216/01 (Lei da Reforma Psiquiátrica) e 13.146/15 (Lei
Brasileira da Inclusão) sua importância e desafios.
1-1. CONFRATERNIZAÇÃO COM TODOS OS PARTICIPANTES
(18/05)
O Simpósio teve seu início com uma Confraternização
entre participantes do colóquio, convidados, alunos do IFF e do CAPS, no Iff Campus
Quissamã, com os seus servidores, motoristas, alunos,
bolsistas e convidados, juntamente com os servidores do CAPS e, especialmente, os
usuários do sistema CAPS; junto ao colóquio promovido pelo Projeto de
Extensão "Borboletas são flores que aprenderam a voar". Esta
confraternização aconteceu em forma de comemoração ao dia da luta
antimanicomial, todos os envolvidos compartilharam de uma pequena festividade,
com direito a bolo e refrigerante, além de discursos sobre a satisfação de se
ter este dia para comemorar o fim das antigas instituições manicomiais.
Ao término da confraternização deu-se início ao I
Colóquio sobre o mesmo tema, ou seja; a luta antimanicomial na perspectiva da
implantação e cumprimento das leis 10.216/01 (Lei da Reforma Psiquiátrica) e
13.146/15 (Lei Brasileira da Inclusão) sua importância e desafios.
O Colóquio é um evento destinado principalmente aos
alunos da Instituição de ensino IFF Quissamã, Nesse sentido, aborda questões
atuais e polêmicas por meio de um enfoque multidisciplinar; além de criar
espaços para que novas formas de cooperação sejam estabelecidas entre todos os
participantes.
FOTOS DA CONFRATERNIZAÇÃO DE ABERTURA:
. I COLÓQUIO
SOBRE A REFORMA PSIQUIÁTRICA E SUAS CONFIGURAÇÕES
Tópicos:
Reforma psiquiátrica.
Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001
Inserção social, laço social.
Lei Nacional de Inclusão lei 13.146/15
Moderador: Prof. Dr. Alfeu Garcia Junior
Participantes:
Jane Costa (IFFluminense – Campus Quissamã)
“Diferenças e igualdade: O que é normalidade?”
Mara Pereira (CAPS Quissamã)
"Lei da Reforma Psiquiátrica e a luta pela
desmanicomialização"
Ruth Coriar (Psicanalista - Rio de Janeiro)
"A inclusão social e o espelho"
Relator: Claudio Pacheco de Castro – Estudante de
Psicologia-(Universidade Estácio de Sá – RJ)
O evento foi vinculado ao projeto de extensão
"Borboletas são flores que aprenderam a voar", do campus Quissamã
em parceria com o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município.
Aberto a todos os públicos, o evento foi voltado,
principalmente, para a comunidade acadêmica de Quissamã, gestores da
administração pública e familiares de indivíduos acometidos por quaisquer
distúrbios mentais e/ou deficiência intelectual.
Um dos organizadores do colóquio, e o moderador da mesa,
o professor de Língua Portuguesa, Alfeu Garcia Júnior, abriu o Colóquio dizendo
que o evento é uma oportunidade de “discutir formas de garantir o cumprimento
das leis, de modo a dar combate à invisibilidade social que subtrai direitos
destes indivíduos, bem como fomentar iniciativas de inclusão em todos os
espaços sociais. Por se tratar de um grupo de indivíduos absolutamente vulneráveis,
este colóquio buscou promover um debate que estimule a promoção da igualdade e
do respeito aos direitos dos cidadãos oligofrênicos”.
Quatro acadêmicos e pesquisadores participaram como
palestrantes e colaboradores, o que enriqueceu o debate com diferentes
perspectivas e experiências. Além do seu componente de capacitação, o Colóquio
desempenha um importante papel no aprimoramento da atuação das organizações que
participam do evento. Oferece a oportunidade para que os participantes ampliem
o impacto do seu trabalho, ao conhecer grupo de integrantes do CAPS, com os
quais dificilmente teriam a oportunidade de interagir.
Além do seu
componente de capacitação, o Colóquio desempenha um importante papel no
aprimoramento da atuação social dos defensores de direitos de inclusão e do
projeto “Borboletas são flores que aprenderam a voar”, que organizou do evento.
A primeira
edição do Colóquio reuniu jovens alunos e acadêmicos para avaliar coletivamente
a eficácia das leis apresentadas; assim, o encontro buscou fortalecer a
colaboração entre os diferentes participantes. A metodologia de trabalho
escolhida buscou propiciar um espaço para elaboração de estratégias futuras da
sociedade civil.
A realização do I Colóquio sobre A Reforma
Psiquiátrica e suas configurações no município de Quissamã, só foi possível
graças à generosa contribuição do IFF Instituto Federal Fluminense Campus
Quissamã e do CAPS Quissamã.
2. Programa:
Uma Análise Crítica do Sistema Brasileiro na aplicação e funcionalidade sobre
as leis da Reforma Psiquiátrica e de Inclusão.
O programa de 2016 abriu o Colóquio com a
participação dos integrantes do CAPS Quissamã que participam do projeto
“Borboletas são flores que aprenderam a voar”, um projeto de extensão
desenvolvido pelo professor Dr. Alfeu Garcia Junior (Satu), junto aos alunos do
Instituto Federal Fluminense de Quissamã, IFF Campus Quissmã.
Nesta ocasião, os integrantes do CAPS Quissamã
apresentaram números musicais e uma peça teatral.
O programa procurou apresentar um panorama geral
sobre o funcionamento dos principais mecanismos das leis e, ao mesmo tempo,
promover espaços para discutir estratégias concretas de ação conjunta e
propostas de reforma. Assim, cada um dos mecanismos analisados (as leis de
Reforma Psiquiátrica e de Inclusão) foi estudado a partir de quatro
perspectivas: O professor Alfeu Garcia Junior (Satu) se encarregou de
apresentar uma visão geral sobre o funcionamento dos mecanismos, atuando como
moderador; a palestrante Jane Costa foi convidada a proporcionar uma visão
crítica sobre diferenças e igualdades; Mara Pereira (CAPS Quissamã) palestrou
sobre a luta pela desmanicomialização; a palestrante Ruth Corrêa de Aguiar
discorreu sobre a inclusão vista através do espelho; Claudio Pacheco de Castro,
o relator, atuou como debatedor, trazendo observações ao que se vinha
apresentando e, por fim, os participantes relataram experiências concretas de
utilização destes projetos. Foram três apresentações práticas que ilustraram as
dificuldades que encontradas na prática da utilização dos mecanismos nas leis.
Durante o colóquio, os participantes discutiram
algumas estratégias para superar estes desafios e formularam propostas
concretas de reforma e analisaram o funcionamento dos órgãos competentes a
partir de uma perspectiva dos direitos do indivíduo em situação antimanicomial
e ou, de inclusão e discutiram as oportunidades que a sociedade civil tem para
influenciar o debate.
Os palestrantes apresentaram estudos de caso de
suas experiências com os sistemas debatidos para ilustrar suas palestras. Essa
metodologia, utilizada durante o Colóquio, tornou as discussões mais
horizontais e permitiu uma verdadeira troca de experiências entre os
participantes. A finalidade desta troca
de experiências pessoais visou integrar uma estratégia mais ampla que incluísse
a mobilização de diversos setores sociais.
Os participantes colaboram ativamente para produzir
uma declaração conjunta sobre os seguintes desafios que o Sistema das leis
apresentadas enfrentam: 1.Desafios para aumentar a participação e a efetividade
da sociedade civil na colaboração da efetividade destas leis. 2. Falta de cooperação do Estado geralmente
baseado no falso argumento de incompatibilidade entre competências estaduais e
municipais; 3 Obstáculos para a participação da sociedade civil, que inclui
falta de recursos financeiros, barreiras físicas, falha na comunicação e de
acesso à informação; 4. Interação insuficiente entre e dentro do sistema de
implementação e funcionalidade das leis e os Sistemas Regionais; 5.
Seletividade e politização no desenvolvimento da prática quanto às leis; 6.
Atenção insuficiente por parte dos governos, assim como a relação com outros
organismos como os CAPS e APAE, por
exemplo, com a sociedade civil; e 8. Necessidade de garantir uma maior
efetividade no cumprimento em suas integralidades destas leis e de melhorar sua relação com os órgãos
responsável. Os palestrantes fizeram recomendações dirigidas aos governos e às organizações da sociedade
civil.
APRESENTAÇÃO DO CAPS NA ABERTURA DO COLÓQUIO:
3. Dinâmica:
A
palestrante Jane Costa, discorreu a respeito
da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e
os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o
modelo assistencial em saúde mental. A Lei indica uma direção para a
assistência psiquiátrica e estabelece uma gama de direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais; regulamenta as internações involuntárias,
colocando-as sob a supervisão do Ministério Público, órgão do Estado guardião
dos direitos indisponíveis de todos os cidadãos brasileiros. Além de apresentar
falhas no cumprimento integral desta lei, também fez uma ligação entre a
situação de asilos para idosos e o olhar geral da sociedade para com estes
vulneráveis, destacando inclusive o desinteresse dos próprios familiares nas
questões de seus vulneráveis. Sobre a
lei que trata sobre a inclusão social, trouxe a narrativa de sua experiência
sobre o trabalho com libras e todas as dificuldades da implementação na
prática, assim como o braille por
exemplo, pois o governo ainda não
disponibiliza da capacitação de profissionais junto a área da educação.
Já Mara Pereira, apresentou a Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI - Lei 13.146/15), que entrou em vigor no início de 2016. A
legislação traz regras e orientações para a promoção dos direitos e liberdades
das pessoas com deficiência, porém ainda necessita de regulamentação em alguns
artigos.
A nova legislação considera a pessoa com
deficiência “aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas”. Discorreu sobre o seu trabalho
junto ao CAPS Quissamã, destacando que nesta unidade em particular não existe
uma diferenciação sobre os transtornos apresentados, todos os transtornados em
suas diferentes qualificações são mantidos e tratados juntos, além de
apresentar as múltiplas dificuldades em se trabalhar desta forma e a falta de
maiores condições proporcionadas pelo governo, apresentou também a dificuldade
financeira para a manutenção e continuação do trabalho, que funciona ainda
graças aos trabalhos desenvolvidos pelos próprios transtornados, como confecção
e venda de artesanatos e o plantio de uma horta; e, ao sistema de voluntariado,
para maior participação junto aos transtornados e a doações de matérias de
primeira necessidade. Expôs sua experiência junto ao CAPS Quissamã, onde em
característica atípicas, funciona uma parceria junto ao hospital municipal, que
mantém em disponibilidade quatro leitos apenas para o acolhimento dos
transtornados em ocasiões em que são recolhidos nas ruas e, esta parceria
proporciona uma resolução em conjunto entre o CAPS e o hospital, a respeito da
solução para o paciente em condição de especial.
Ruth Coriar trouxe o tema da inclusão social vista
através do espelho, a ideia de inserção social, ou de “integração social”, na
medida em que para simbolizar ou atribuir significados às coisas torna-se
fundamental a comunicação, a relação com outros e o consenso sobre o sentido do
mundo social. Discursou sobre como a
ideia de identidade nos é de extrema valia, pois sabemos que a imagem que
construímos de nós mesmos constitui-se também através do outro, ou seja, o
discurso sobe nosso próprio reflexo no espelho imaginário, nos perpassa e traz
não apenas a verdade acerca de nós, acarretando de certa forma a identificação
e apropriação dessa verdade, como também reflete diretamente sobre a imaginação
do outro, servindo como construção de identidade aos pertencentes a nossa
volta. A inserção social então é correlatada à inserção simbólica do sujeito no
campo do Outro, através de seu reflexo no espelho do “todo”.
Mostrou que precisamos repensar a nossa “cultura”
sobre inclusões, precisamos nos colocar como integrantes de um todo, onde somos
nós o espelho, somos o reflexo de outros e somos reflexos para os outros.
Precisamos nos incluir na responsabilidade social, precisamos buscar em nós,
como espelho e no espelho, onde precisamos melhorar a relação com o que nos é
diferente. Qual a nossa parcela no trabalho de sistemas anitmanicomias ou de
inclusões.
MESA DE DEBATEDORES DO COLÓQUIO:
4. Debate:
A característica mais importante do debate
transcorreu sobre o foco do deslocamento progressivo do centro de gravidade da
discussão, que vem deixando de ser uma defesa dos mecanismos de proteção
jurídica a pessoas com déficit ou perturbação (trabalho protegido, pensão
protegida), para se constituir numa discussão sobre mecanismos de
responsabilização social e ampliação de sua autonomia. Em outras palavras, o
debate ultrapassou os limites da argumentação médica e caminhou progressivamente
para o debate político acerca da inserção no campo da cidadania.
As novas formas de organização das equipes, a
transformação dos papéis destinados aos técnicos, o trabalho interdisciplinar e
intersetorial, a articulação entre os aspectos clínicos e políticos da atenção
psicossocial, o entrelaçamento entre estratégias de cuidado e estratégias de
responsabilização ou interpelação do sujeito, todos esses foram temas cruciais
para a conscientização para formação de cidadãos capazes de levar adiante o
processo de transformação defendido pelo ideário deste conceito.
Mostrou que num país como o Brasil, de dimensões
continentais e enorme diversidade cultural, não é possível construir um modelo
assistencial que sirva igualmente para as grandes capitais e as pequenas
cidades do interior, para grandes concentrações populacionais e regiões de
população escassa. As noções de rede e território,
por exemplo, que são centrais às proposições deste conceito, não podem ser
pensadas de forma idêntica em contextos socioculturais tão diferentes como os
pequenos municípios do interior e os imensos bairros do Rio de Janeiro, por
exemplo, e, que boa parte dos choques que vemos hoje em dia são decorrentes do
confronto entre os polos opostos dessa disputa insensata, em que as minorias
são obrigadas a resistir e lutar bravamente pelos seus espaços e direitos e os
opressores se impõem cada vez mais, sempre com novas armas, instrumentos e
ferramentas da operacionalidade das
sociedades do capital,que baseiam-se
nitidamente num pensamento reducionista e padronizador, o que provoca uma
tentativa constante de silenciar algumas coletividades humanas que se afastam
do paradigma hegemônico delineado, buscando reduzir as diversidades a um padrão
único e narcisista. É uma verdadeira
máquina de coisificar pessoas, as suas engrenagens trabalham dia e noite, com o
propósito de transformar a natureza em produto, a comunidade em mercado e o
outro em si mesmo. Um rito devorador, que carrega em seu jugo uma imensa trama
de paradoxos e contradições.
O debate também contou com o testemunho da
experiência vivida por uma das palestrantes, Ruth Coriar, dentro de seu próprio
núcleo familiar, a respeito dos horrores a que eram submetidos os antigos
internos do extinto sistema manicomial que existiu no país. Este testemunho
visou à conscientização da real importância e objetividade de nossa conquista
com a implementação da lei antimanicomial de nº 10.216.
A participação da plateia no debate, também foi de
extrema relevância, pois trouxe testemunhos favoráveis ao trabalho que vem
sendo desenvolvido com os integrantes do CAPS Quissamã, junto ao IFF Campus
Quissamã sob a direção de Aline Estaneck, através do projeto de integração,
“Borboletas são flores que aprenderam a voar”, de iniciativa do moderador do
Colóquio, professor Alfeu Garcia Junior.
Nestes
testemunhos destacaram-se não apenas os testemunhos de benefícios que trouxeram
aos integrantes do CAPS, como os benefícios trazidos aos alunos do IFF Campus
Quissamã envolvidos no projeto Borboletas são flores que aprenderam a voar.
Ambos, tanto os integrantes do CAPS Quissamã, quantos os alunos do IFF Campus
Quissamã, obtiveram saldos positivos em experiências engrandecedoras como em
qualidade emocional e moral.
A PLATÉIA INTERAGINDO NO DEBATE:
5. Considerações finais:
Não por acaso o Colóquio teve sua apresentação
marcada para a data em que se comemora o
dia da luta antimanicomial. A Luta antimanicomial é um movimento social de
usuários, familiares e trabalhadores de Saúde Mental, onde se defende que a
atenção e cuidado para com os indivíduos com sofrimento psíquico seja realizado
em liberdade, a partir do convívio com a família, amigos e comunidade, por meio
de serviços públicos que garantam uma atenção humanizada e pautada nos Direitos
Humanos.
3 Avaliação do Colóquio: Foram feitas avaliações
com os participantes do Colóquio, durante e após o evento, essas avaliações
demonstraram que o Colóquio se tornou um reconhecido espaço de treinamento e de
trabalho em rede de organizações especialmente em áreas de pesquisa e projetos
de extensão. Não obstante, almejava uma avaliação mais profunda neste modelo de
trabalho e de seu impacto por parte dos beneficiários de diferentes edições do
Colóquio, e levado em consideração os resultados para dar início à
implementação da prática sistêmica, assim como a proposta de mudanças e
melhorias no seu formato e conteúdo.
Levando em
consideração estas avaliações, o Colóquio reuniu participantes de diferentes
atividades e posições, que assim tiveram a oportunidade de se conhecerem e de
criarem vínculos para futuras atividades conjuntas e, por outro, de
compartilharem suas sugestões a respeito do conteúdo e do formato de futuras
edições do Colóquio.
Cinco objetivos do Colóquio: Objetivo 1: O Colóquio
oferece um espaço para o intercâmbio de experiências e de conhecimentos
práticos. Objetivo 2: O Colóquio
proporciona um espaço para compartilhamento de informações sobre os últimos
avanços em direitos humanos de modo geral.
Objetivo 3: O Colóquio oferece oportunidades para se adquirir,
desenvolver e aprimorar habilidades profissionais e de pesquisa. Objetivo 4: O
Colóquio proporciona informação sobre como navegar pelos sistemas
constituídos para avançar a proteção dos
direitos e deveres de cidadania.
Objetivo 5: O Colóquio cria bases para futuras colaborações e alianças.
O Colóquio destaca a importância
dos espaços de confraternização durante o seu desenvolvimento e o
reconhecimento do trabalho para se criar estes espaços de integração. À luz dos
resultados da avaliação, ficou claro que o maior desafio é desenvolver uma
ferramenta que permita medir o impacto do Colóquio no fortalecimento de uma
nova geração de ativistas de direitos humanos que valorizem a colaboração e que
vejam de forma diferente e mais humanizadas as relações intrapessoais e
sociais.
PROJETO INTEGRADOR
“Autoliderança”
Participantes:
Prof. Orpheu de Souza Ayres IFFluminense – Campus
Quissamã)
Apresentador e Coordenador do Projeto de PNL
(Programação Neurolinguística)
Convidado – Claudio Pacheco de Castro – Estudante
de Psicologia- (Universidade Estácio de Sá-RJ)
Convidada - Ruth Coriar (Psicanalista - Rio de
Janeiro)
Com base nas premissas da
Programação Neurolinguística, realizado no Instituto Federal Fluminense, campus
Quissamã, sob a orientação do Prof. Orpheu de Souza Ayres, Coordenador de
Extensão, aconteceu junto aos alunos desta instituição e convidados. A PNL
oferece um modelo que ajuda a entender melhor como o ser humano pensa, age e se
comunica, para que cada um seja capaz de identificar e aproveitar suas
capacidades para alcançar os resultados que deseja.
A PNL atua estimulando o cérebro
a obter uma sequência eficaz que abrange a organização do pensamento, a
capacidade de compreensão da leitura com a retenção do conteúdo e a produção da
escrita organizada, através de técnicas específicas, favorecendo o indivíduo a
obter êxito em seu aprendizado. Trata-se de um conjunto de métodos assertivos e
terapêuticos que vão de encontro às raízes desde os nossos problemas
comportamentais a alguns distúrbios ou transtornos, como a depressão por
exemplo. A PNL é uma das ferramentas voltadas para o autodesenvolvimento que
podem auxiliar no processo de cura e superação de alguns distúrbios. O prof.
Orpheu não só apresenta como ensina a utilizar as técnicas da PNL, como
proposta para a utilização da mesma como terapia auxiliar em alguns distúrbios,
mostrando de maneira clara, como funciona nossa mente e como podemos
recondicioná-la para obter bons resultados em nossa maneira de nos relacionar
conosco e com o meio social a que estamos inclusos.
Todos os que procuram ajuda para
curar algum distúrbio, estão cientes de que a terapia cognitiva é geralmente
aceita como sendo uma abordagem muito eficaz na cura. Excelentes estudos têm
mostrado que sua eficácia supera a dormência dada pela inércia vivencial e
pelos antidepressivos.
Muitos psicólogos clínicos (e estudantes) têm sido muito inflexíveis, insistindo que não é o seu trabalho investigar todos os tipos de tratamentos alternativos, nomeadamente as terapias cognitivas, debruçando-se apenas nos tratamentos que fazem parte das suas preferências e que lhes tragam mais valias. A PNL e os resultados, de cura, podem ser definitivos se o paciente estiver disposto a fazer uma reprogramação neurológica e estiver acessível a essa mudança. Este processo debruça-se também na questão de como se pode ser uma pessoa positiva? Como libertar a negatividade? E assim libertar um sistema viciado de crenças negativas que levam a pessoa a algum distúrbio.
Muitos psicólogos clínicos (e estudantes) têm sido muito inflexíveis, insistindo que não é o seu trabalho investigar todos os tipos de tratamentos alternativos, nomeadamente as terapias cognitivas, debruçando-se apenas nos tratamentos que fazem parte das suas preferências e que lhes tragam mais valias. A PNL e os resultados, de cura, podem ser definitivos se o paciente estiver disposto a fazer uma reprogramação neurológica e estiver acessível a essa mudança. Este processo debruça-se também na questão de como se pode ser uma pessoa positiva? Como libertar a negatividade? E assim libertar um sistema viciado de crenças negativas que levam a pessoa a algum distúrbio.
3-1. Através do Projeto
Integrador (PI), delineou-se que a maior eficácia que a Programação Neurolinguística
poderá exercer, será se a própria pessoa que sofre de algum distúrbio, decidir
fazer uma formação sobre programação Neurolinguística e ele próprio entender o
funcionamento da forma como vê o mundo e quais as suas crenças limitadores que
o levam a permanecer em estados produzidos por seu distúrbio.
Ansiedade, estresse, problemas de
concentração e memória, são alguns distúrbio que podem ser ajudados com a PNL,
para melhorar o desempenho e o foco, a técnica é uma forma de obter atenção
concentrada.
3-2. E com o Projeto Integrador,
fecharam-se as atividades do primeiro dia do Simpósio.
PROFESSOR ORPHEU AYRES:
4. PROJETO DE INCLUSÃO:
BORBOLETAS SÃO FLORES QUE APRENDERAM A VOAR (19/05)
Participantes:
Ruth Coriar (Psicanalista - Rio de Janeiro)
"A inclusão social e o espelho"
O segundo e último dia do
Simpósio ocorrido em 19 de Maio de 2016, foi dedicado exclusivamente ao
desenvolvimento do Projeto “Borboletas são flores que aprenderam a voar”. Projeto
desenvolvido em parceria com IFF- campus Quissamã e CAPS, com o objetivo de
implementar a educação inclusiva.
4-1. Todas as tarefas realizadas
neste projeto são coroadas de êxito graças ao empenho e carinho dos alunos
monitores, junto a participação dos cuidadores do CAPS comprometidos com o
projeto, assim como o desempenho do Prof. Alfeu Garcia Junior e a diretora
Aline Estaneck, estes
fazem a pedagogia da inclusão.
4-2. O trabalho de apresentação
do Projeto foi dividido em três partes distintas. 1. Recepção dos integrantes
do CAPS, acompanhado de um café da manhã. 2. Atividades dentro de sala de aula.
3. Atividade ao ar livre.
4-3. Já durante o café da manhã,
acontece a interatividade dos alunos monitores e os cuidadores do CAPS, onde
são trocadas informações sobre o desenvolvimento dos integrantes do CAPS em
respostas aos trabalhos praticados no projeto. Durante este momento também, é
que acontece a interação individual entre os alunos e os integrantes do CAPS,
eles não só se cumprimentam, mas tomam conhecimento do dia a dia um do outro.
4-4. O trabalho dentro de sala de
aula, contou com a participação de Ruth Coriar, trazendo aos integrantes do
CAPS, uma versão da história de Branca de Neve, onde o objetivo principal era
focar na amizade entre Branca de Neve e os sete anões, nesta oportunidade foi
verificado a capacidade do entendimento sobre a contagem e os números, como
resultado positivo 90% dos integrantes demonstração interesse e participação
assim como a capacidade de compreensão da proposta. Também foi objetivado na
narrativa da história, o autoconhecimento e autoestima, sendo a história
trabalhada no contexto do espelho como objeto de reconhecimento e
autovalorização, por revelar não apenas “existir ninguém mais bonito do quem se observa”.
Os integrantes mostraram-se curiosos e satisfeitos em participar da proposta de
se olharem através de um “espelho mágico”, onde cada um é lindo dentro da sua
exclusividade. Foram trabalhados neste módulo, a percepção de si mesmo, a
identificação de valores como amizade, beleza e aceitação.
O módulo também contou com
apresentação de músicas, dos integrantes do CAPS, nesta ocasião duas
integrantes apresentaram número musical individual, além da participação de
todos em algumas músicas sugeridas pelos integrantes do projeto.
Para fechar o módulo, foi
apresentada por Ruth Coriar, mais uma versão de história, desta feita foi a vez
da apresentação da história do patinho feio, objetivando reforçar o trabalho de
autoestima e o reconhecimento do amor, uma das representações do Cisne,
elemento ao qual se tornou o patinho feio; com a objetividade da compreensão
não só das diferenças normais a todos, como valores de julgamento e valores das
emoções como tristeza e amor.
PROJETO "BORBOLETAS SÃO FLORES QUE APRENDERAM A VOAR" EM SALA DE AULA
4-5. As atividades ao ar livre trabalharam
coordenação motora, cognitivas e sócio afetivas.
Neste módulo, foi proposto
trabalhos de respiração, alongamento e relaxamento, assim como fazer um
“trenzinho” formado pelos integrantes do CAPS e passearem cantando nesta
formação. Nesta oportunidade, também verificou-se o interesse pelas atividades
propostas, a dedicação e concentração na execução das tarefas apresentadas,
assim como a inter relacionalidade entre os integrantes. Todos além de
participativos e dispostos demonstraram respeito e zelo um para com o outro.
Neste módulo, ficou mais fácil
observar também a maneira como as diferenças desaparecem quando existe uma
proposta sincera de interesse e dedicação, a constatação tornou-se evidente
diante do relacionamento entrosado dos participantes do CAPS entre eles mesmo,
apesar das gritantes diferenças de transtornos mentais entre si, como no lidar
dos integrantes do CAPS com os envolvidos no projeto, alunos monitores,
professor, e até mesmo com o motorista que os conduz ao campus, passando pelos
funcionários responsáveis pelo lanche.
O que se destaca também é o
verdadeiro interesse e dedicação com que os alunos monitores envolvidos neste
projeto, lida com a causa destes vulneráveis.
Os integrantes do CAPS se
mostraram bastante interessados, participativos e satisfeitos, levando-nos a
compreensão exata do quão importante e significativo é a implementação deste
projeto em suas vidas.
ATIVIDADES AO AR LIVRE:
Por todas essas considerações,
faz-se imprescindível congratular o IFF Campus Quissamã, pela brilhante
iniciativa de abrir seu espaço para o desenvolvimento do projeto de extensão
“Borboletas são flores que aprenderam a voar”; uma proposta ousada em que se
fundem uma instituição de ensino e uma instituição voltada para atendimento de
transtornados, onde o desafio maior é o convívio com os participantes em
condições completamente diferenciadas, pois de um lado temos pacientes com
transtornos em toda a sua multiplicidade e, de outro, alunos ainda
adolescentes; convivendo harmoniosamente, dividindo experiências, aprendizado e
principalmente multiplicando qualidade de vida. E que este empreendimento possa
servir como exemplo para que mais iniciativas com este padrão de ousadia venham
surgir em outros campi.
ORGANIZADOR E MODERADOR DO EVENTO PROF. DR. ALFEU GARCIA JUNIOR, PALESTRANTE RUTH CORIAR E RELATOR DO EVENTO CLAUDIO PACHECO DE CASTRO:
2 comentários:
Obrigado, Ruth, pela divulgação do evento em seu blog. Espero tê-los conosco muitas outras vezes.
Eu que tenho que lhe agradecer Satu. O blog estará sempre a sua disposição.
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