EXISTEM
MISERÁVEIS ALÉM DAS CALÇADAS
O PROBLEMA E OS RICOS PASSAM A SER DE TODOS
DOENÇAS
A possível expansão de áreas de transmissão
de doenças não pode ser compreendida como um regresso de doenças como a
malária, febre amarela, dengue, leptospirose, esquistossomose e outras transmitidas por carrapato e inúmeras arboviroses (O
termo arbovirose deriva da expressão adotada para designar
grupo de infecções virais, cujos agentes são insetos), entre outras têm
variável importância sanitária em diferentes locais. Nas cidades grandes é bem
maior a possibilidade de serem introduzidos seres humanos ou animais infectados.
Além de doenças como HIV, Hepatite B e C e
DST. As transformações sociais e tecnológicas ocorridas no mundo nas últimas
décadas permitem antever que essas doenças adquiriram, ao longo dessas décadas,
outras características, além dos fatores biológicos intrínsecos. A
possibilidade de prevenir, diagnosticar e tratar algumas pessoas e excluir
outras desses sistemas aprofundou as diferenças regionais e sociais de
vulnerabilidades e transformou as desigualdades sociais num importante
diferencial de riscos ambientais. Cabe ao setor saúde não só prevenir esses
riscos fornecendo respostas para os impactos causados pelas mudanças ambientais
e climáticas, mas atuar na redução de suas vulnerabilidades sociais, através de
mudanças no comportamento individual, social e político, por um mundo mais
justo e mais saudável.
As vulnerabilidades são conformadas
pelas condições sociais, marcadas pelas desigualdades, as diferentes
capacidades de adaptação, resistência e resiliência. Essas avaliações são
baseadas no pressuposto de que grupos populacionais com piores condições de
renda, educação e moradia sofreriam os maiores impactos das mudanças ambientais
e climáticas. No entanto, as populações mais pobres nas cidades e no campo têm
demonstrado uma imensa capacidade de adaptação, uma vez que já se encontram
excluídas de sistemas técnicos. Se a vulnerabilidade é maior entre pobres, não
se pode afirmar que a parcela incluída e mais afluente da sociedade esteja
isenta de riscos, ao contrário, sua capacidade de resposta (imunológica e
social) é mais baixa. Observar as diferentes escalas, a
heterogeneidade do espaço, suas diferentes expressões culturais e suas
peculiares formas de configuração e uso do território, é essencial para os
estudos das relações entre ambiente e saúde.
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